domingo, 31 de agosto de 2008

Solidarités - Aide Humanitaire d´Urgence

www.solidarites.org



sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Elis Regina

"Aguas de Março"

Nils (Johan Olssen) Blommer


"O baile das fadas"

Vinicius de Moraes



Garota de Ipanema

Olha que coisa mais linda
Mais cheia de graça
é ela menina, que vem e que passa
Num doce balanço a caminho do mar

Moça do corpo dourado
Do sol de Ipanema
O seu balançado é mais que um poema
é a coisa mais linda que já vi passar

Ai! Como estou tão sozinho
Ai! Como tudo é tão triste
Ai! A beleza que existe
A beleza que não é só minha
E também passa sozinha

Ai! Se ela soubesse que quando ela passa
O mundo interinho se enche de graça
E fica mais lindo por causa do amor

Só por causa do amor...

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Concerning Hobbits

"Hobbits Song"

Almada Negreiros

"Maternidade"

Pablo Neruda



"Tu eras também uma pequena folha"

Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi: não soube
que ias comigo,
até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo.

domingo, 17 de agosto de 2008

Fotografias de Guerra

Salvador Dalí

"A face da Guerra"

Alexandre O'Neill


Hah!

Há a mulher que me ama e eu não amo.
Há as mulheres que me acamam e eu acamo.
Há a mulher que eu amo e não me ama nem acama.

Ah essa mulher!

Tu eras mais feliz,Apollinaire.
montado num obus,voavas à mulher.
Tu foste mais feliz,meu artilheiro.
tiveste amor e guerra.

Eu andei pra marinheiro,
mas pus óculos e fiquei em terra.
Upa garupa na mulher que me acama,
que a outra é contigo, coração que bem queres
sofrer pelas mulheres...

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Henri Rousseau

"O Sonho"

BBC

"Trailer BBC's Earth"

WWF - World Wildlife Fund

"Give A Hand To Wildlife"

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Madredeus

"Os dias são á noite..."

Miró

"Noturno"

David Mourão-Ferreira


"E por vezes as noites duram meses"

E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes

encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Charles Darwin

"Não há diferenças fundamentais entre o homem e os animais nas suas faculdades mentais... os animais, como os homens, demonstram sentir prazer, dor, felicidade e sofrimento."

Os animais...

(Clique na foto, para ler a mensagem!!)

Animal Rights

"Stop Abusing Kill Animals"

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Vilmos Aba-Novák

"Chá no jardin no Verão, Mãe e Filho"

Luís de Camões


Na fonte está Leanor
lavando a talha e chorando,
às amigas perguntando:
vistes lá o meu amor?

(VOLTAS)

Posto o pensamento nele,
porque a tudo o Amor a obriga,
cantava, mas a cantiga
eram suspiros por ele.
Nisto estava Leanor
o seu desejo enganando,
às amigas perguntando:
vistes lá o meu amor?

O rosto sobre üa mão,
os olhos no chão pregados,
que, do chorar já cansados,
algum descanso lhe dão.
Desta sorte Leanor
suspende de quando em quando
sua dor; e, em si tornando,
mais pesada sente a dor.

Não deita dos olhos água,
que não quer que a dor se abrande
Amor, porque em mágoa grande
seca as lágrimas a mágoa.
Depois que de seu amor
soube, novas perguntando,
demproviso a vi chorando.
Olhai que extremos de dor!

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Hans Christian Andersen


"O Fato Novo do Sultão"
"Era uma vez um sultão, que dispendia em vestuário todo o seu rendimento.
Quando passava revista ao exército, quando ia aos passeios ou ao teatro, não tinha outro fim senão mostrar os seus fatos novos. Mudava de traje a todos os instantes, e como se diz de um rei: Está no conselho; dizia-se dele: Está-se a vestir. A capital do seu reino era uma cidade muito alegre, graças à quantidade de estrangeiros que por ali passavam; mas chegaram lá um dia dois larápios, que, dando-se por tecelões, disseram que sabiam fabricar o estofo mais rico que havia no mundo. Não só eram extraordinariamente belos os desenhos e as cores, mas além disso os vestuários feitos com esse estofo, possuíam uma qualidade maravilhosa: tornavam-se invisíveis para os idiotas e para todos aqueles que não exercessem bem o seu emprego.
—São vestuários impagáveis, disse consigo o sultão; graças a eles, saberei distinguir os inteligentes dos tolos, e reconhecer a capacidade dos ministros. Preciso desse estofo!E mandou em seguida adiantar aos dois charlatães uma quantia avultada, para que pudessem começar os trabalhos imediatamente.
Os homens levantaram com efeito dois teares, e fingiram que trabalhavam, apesar de não haver absolutamente nada nas lançadeiras. Requisitavam seda e oiro fino a todo o instante; mas guardavam tudo isso muito bem guardado, trabalhando até à meia-noite com os teares vazios.
— Preciso saber se a obra vai adiantada.
Mas tremia de medo ao lembrar-se que o estofo não podia ser visto pelos idiotas. E, apesar de ter confiança na sua inteligência, achou prudente em todo o caso mandar alguém adiante.
Todos os habitantes da cidade conheciam a propriedade maravilhosa do estofo, e ardiam em desejos de verificar se seria exacto.
— Vou mandar aos tecelões o meu velho ministro, pensou o sultão; tem um grande talento, e porisso ninguém pode melhor do que ele avaliar o estofo.
O honrado ministro entrou na sala em que os dois impostores trabalhavam com os teares vazios.
—Meu Deus! disse ele consigo arregalando os olhos, não vejo absolutamente nada! Mas no entanto calou-se. Os dois tecelões convidaram-no a aproximar-se, pedindo-lhe a sua opinião sobre os desenhos e as cores. Mostraram-lhe tudo, e o velho ministro olhava, olhava, mas não via nada, pela razão simplicíssima de nada lá existir.
—Meu Deus! pensou ele, serei realmente estúpido? É necessário que ninguém o saiba!... Ora esta! pois serei tolo realmente! Mas lá confessar que não vejo nada, isso é que eu não confesso.
«Então que lhe parece?» perguntou um dos tecelões:
— «Encantador, admirável! respondeu o ministro, pondo os óculos. Este desenho... estas cores... magnífico!... Direi ao sultão que fiquei completamente satisfeito.»
— «Muito agradecido, muito agradecido», disseram os tecelões; e mostraram-lhe cores e desenhos imaginários, fazendo-lhe deles uma descrição minuciosa. O ministro ouviu atentamente, para ir depois repetir tudo ao sultão.
Os impostores requisitavam cada vez mais seda, mais prata e mais oiro; precisavam-se quantidades enormes para este tecido. Metiam tudo no bolso, é claro; o tear continuava vazio, e apesar disso trabalhavam sempre.Passado algum tempo, mandou o sultão um novo funcionário, homem honrado, a examinar o estofo, e ver quando estaria pronto. Aconteceu a este enviado o que tinha acontecido ao ministro: olhava, olhava e não via nada.
— «Não acha um tecido admirável?» perguntaram os tratantes, mostrando o magnífico desenho e as belas cores, que tinham apenas o inconveniente de não existir.
—Mas que diabo! eu não sou tolo! dizia o homem consigo. Pois não serei eu capaz de desempenhar o meu lugar? É esquisito! mas deixá-lo, não o deixo eu.
Em seguida elogiou o estofo, significando-lhes toda a sua admiração pelo desenho e o bem combinado das cores.
—É duma magnificência incomparável, disse ele ao sultão. E toda a cidade começou a falar desse tecido extraordinário.
Enfim o próprio sultão quis vê-lo enquanto estava no tear. Com um grande acompanhamento de pessoas distintas, entre as quais se contavam os dois honrados funcionários, dirigiu-se para as oficinas, em que os dois velhacos teciam continuamente, mas sem fios de seda, nem de oiro, nem de espécie alguma.
—Não acha magnifico? disseram os dois honrados funcionários. O desenho e as cores são dignos de vossa alteza.E apontaram para o tear vazio, como se as outras pessoas que ali estavam pudessem ver alguma coisa.
—Que é isto! disse consigo mesmo o sultão, não vejo nada! É horrível! serei eu tolo, incapaz de governar os meus estados? Que desgraça que me acontece! Depois de repente exclamou: «É magnífico! Testemunho-vos a minha satisfação.»E meneou a cabeça com um ar satisfeito, e olhou para o tear, sem se atrever a declarar a verdade. Todas as pessoas de seu séquito olharam do mesmo modo, uns atrás dos outros, mas sem ver coisa alguma, e no entanto repetiam como o sultão:«É magnífico!» Até lhe aconselharam a que se apresentasse com o fato novo no dia da grande procissão. «É magnífico! é encantador! é admirável!» exclamavam todas as bocas, e a satisfação era geral. Os dois impostores foram condecorados e receberam o título de fidalgos tecelões.
Na véspera do dia da procissão passaram a noite em claro, trabalhando à luz de dezasseis velas. Finalmente fingiram tirar o estofo do tear, cortaram-no com umas grandes tesouras, cozeram-no com uma agulha sem fio, e declararam, depois disto, que estava o vestuário concluído.
O sultão com os seus ajudantes de campo foi examiná-lo, e os impostores levantando um braço, como para sustentar alguma coisa, disseram:
«Eis as calças, eis a casaca, eis o manto. Leve como uma teia de aranha; é a principal virtude deste tecido.»
— Decerto, respondiam os ajudantes de campo, sem ver coisa alguma.
— Se vossa alteza se dignasse despir-se, disseram os larápios, provar-lhe-íamos o fato diante do espelho.O sultão despiu-se, e os tratantes fingiram apresentar-lhe as calças, depois a casaca, depois o manto. O sultão tudo era voltar-se defronte do espelho.
— Como lhe fica bem! que talhe elegante! exclamaram todos os cortesãos. Que desenho! que cores! que vestuário incomparável!Nisto entrou o grão-mestre de cerimónias.
— Está à porta o docel sob que vossa alteza deve assistir á procissão, disse ele.
— Bom! estou pronto, respondeu o sultão. Parece-me que não vou mal.
E voltou-se ainda uma vez diante do espelho, para ver bem o efeito do seu esplendor. Os camaristas que deviam levar a cauda do manto, não querendo confessar que não viam absolutamente nada, fingiam arregaçá-la.
E, enquanto o sultão caminhava altivo sob um docel deslumbrante, toda a gente na rua e às janelas exclamava: «Que vestuário magnifico! Que cauda tão graciosa! Que talhe elegante!» Ninguém queria dar a perceber, que não via nada, porque isso equivalia a confessar que se era tolo. Nunca os fatos do sultão tinham sido tão admirados.
— Mas parece que vai em cuecas, observou um pequerrucho, ao colo do pai.
— E a voz da inocência, disse o pai.
- Há ali uma criança que diz que o sultão vai em cuecas.
«Vai em cuecas! vai em cuecas!» exclamou o povo finalmente.
O sultão ficou muito aflito, porque lhe pareceu que realmente era verdade. Entretanto tomou a enérgica resolução de ir até ao fim, e os camaristas submissos continuaram a levar com respeito a cauda imaginária."

Albrech Durer

"Adão e Eva"

domingo, 10 de agosto de 2008

Spencer Tunick

sábado, 9 de agosto de 2008

Human Rights

Stop Violence Against Women

Edgar Degas

"Bailarinas de Azul"

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Ruy Belo


"Este céu passará e então"

Este céu passará e então
teu riso descerá dos montes pelos rios
até desaguar no nosso coração

Ricardo Reis (Fernando Pessoa)


"Acima da verdade estão os deuses..."

Acima da verdade estão os deuses.
A nossa ciência é uma falhada cópia
Da certeza com que eles
Sabem que há o Universo.

Tudo é tudo, e mais alto estão os deuses,
Não pertence à ciência conhecê-los,
Mas adorar devemos
Seus vultos como às flores,

Porque visíveis à nossa alta vista,
São tão reais como reais as flores
E no seu calmo
Olimpo São outra Natureza.

Nicolas-André Monsiau.


"Os deuses do Olimpo"

Jogos Olímpicos na Grécia Antiga

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Marc Chagall

"La Danse"

Florbela Espanca


"Vozes Do Mar"

Quando o sol vai caindo sobre as águas
Num nervoso delíquio d’oiro intenso,
Donde vem essa voz cheia de mágoas
Com que falas à terra, ó mar imenso?...

Tu falas de festins, e cavalgadas
De cavaleiros errantes ao luar?
Falas de caravelas encantadas
Que dormem em teu seio a soluçar?

Tens cantos depopeias? Tens anseios
Damarguras? Tu tens também receios,
Ó mar cheio de esperança e majestade?!

Donde vem essa voz,ó mar amigo?...
...Talvez a voz do Portugal antigo,
Chamando por Camões numa saudade!

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Louis Armstrong

" What a Wonderful Word"

Direitos Humanos

"Declaração Universal dos Direitos Humanos"

Rene Magritte

"Os Amantes"

Ary dos Santos



"Na mesa do Santo Ofício"

Tu lhes dirás, meu amor, que nós não existimos.
Que nascemos da noite, das árvores, das nuvens.
Que viemos, amámos, pecámos e partimos
Como a água das chuvas.

Tu lhes dirás, meu amor, que ambos nos sorrimos
Do que dizem e pensam
E que a nossa aventura,
É no vento que passa que a ouvimos,
É no nosso silêncio que perdura.

Tu lhes dirás, meu amor, que nós não falaremos
E que enterrámos vivo o fogo que nos queima.
Tu lhes dirás, meu amor, se for preciso,
Que nos espreguiçaremos na fogueira.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

José Malhoa

"O Fado" (1910)

Vasco Santana


"Fado do Estudante"

Mário Cesariny

"Faz-me o favor..."

Faz-me o favor de não dizer absolutamente nada!
Supor o que dirá
Tua boca velada
É ouvir-te já.
É ouvir-te melhor
Do que o dirias.
O que és não vem á flor
Das caras e dos dias.
Tu és melhor, muito melhor!
Do que tu. Não digas nada. Sê
Alma do corpo nu
Que do espelho se vê.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Greenpeace

Jacques Cousteau

A. Magalhães

Lobito - Angola ( pintura óleo s/tela 60x50cm)

Paula Rego

Poeta, 2002

Al Berto

"E ao anoitecer"
e ao anoitecer adquires nome de ilha ou de vulcão
deixas viver sobre a pele uma criança de lume
e na fria lava da noite ensinas ao corpo
a paciência o amor o abandono das palavras
o silêncio
e a difícil arte da melancolia